DIOGO CAM - DESCOBRIMENTO DO KONGO/ANGOLA

A ERA DOS DESCOBRIMENTOS FOI, SEM DÚVIDA, O MAIOR FEITO  DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE.

O mar era, então, um mistério, os Navegadores não se aventuravam a afastar da costa, julgando que a Terra era plana ou quadrada, tinham medo de caírem no abismo. O mundo, então, estava confinado à Europa, Médio Oriente, e parte Sul da Ásia. O continente africano era desconhecido. Da América nem sequer havia conhecimento. Toda a Oceânia era completamente desconhecida. A Ásia era um intrigante mistério, e o caminho para lá chegar era só através de longas e perigosas viagens por terra. A maior parte do Globo Terrestre estava, assim, por explorar e cartografar. E o Cristianismo estava confinado dentro dos estreitos limites da Europa. Para além da Europa, existia um mundo pagão, com o qual não havia contacto. 
A Era dos Descobrimentos, mudou irreversivelmente o curso da história da humanidade. Protagonizada particularmente pelos Portugueses, nos séculos XV e XVI, em que o Cristianismo foi levado aos 4 cantos da Terra. 
A expansão do Cristianismo e Civilização a todo o Planeta foi motivada pelo génio e pela Fé de bravos e intrépidos Navegadores Portugueses, que quiseram Testemunhar Cristo, levando o Evangelho aos povos gentios.  

                                       INFANTE D. HENRIQUE "O NAVEGADOR".

Visionário, Soldado, Cavaleiro, Aventureiro, Explorador, Empreendedor, 1.º Duque de Viseu e 1.º Senhor da Covilhã, Mestre e Governador da Ordem de Cristo (Ordem dos Jesuítas, responsável pelas catequizações nos territórios conquistados), conhecido como Infante de Sagres "O Navegador"Tudo isto foi o Príncipe Dom  Henrique de Avis, quinto filho do Rei D. João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e da Rainha Dona Filipa de Lencastre, a Rainha mãe da célebre "Ínclita Geração " a que Luís de Camões chamou "A Ínclita Geração de Altos Infantes". O desejo de expansão do comércio e do cristianismo conduziu o Infante D. Henrique ao sonho “aparentemente” impossível de chegar a terras desconhecidas e misteriosas, de existência vaga em informações e imprecisas. 
Depois da feliz expedição a Ceuta em 1415 (projecto em que se envolvera com perseverança), confiante e determinado ficara a sua vontade em iniciar as empresas marítimas. 
Em 1417, o Infante Dom Henrique iniciou a primeira Escola de Navegação Oceânica em Sagres, junto com um observatório astronómico, para Navegadores e Pilotos, constando com a presença de sábios nacionais e estrangeiros versados em astronomia, geografia e cartografia. Onde os Navegadores e Pilotos eram treinados na criação de mapas e na ciência, para navegar pelo oeste da África. Em 1420, o Infante Dom Henrique tornou-se Mestre e administrador da Ordem de Cristo, desde então as velas das Caravelas Portuguesas passaram a usar a Cruz de Cristo.
Em 1443, Dom Henrique solicitou ao seu irmão, o Regente Dom Pedro (1439-1448), a concessão da região de Sagres para fundar uma vila. Dando início às viagens dos Descobrimentos Portugueses, levando as Caravelas Portuguesas pelo Oceano Atlântico rumo ao Sul, contornando a costa africana, entre o início do século XV e a primeira metade do século XVI. Embora o Príncipe Dom Henrique raramente tenha participado de explorações, foi o Mestre e o Impulsionador da "Grande Era dos Descobrimentos". 

 Príncipe Dom Henrique de Avis-Infante de Sagres.
(Porto, 4 de Março de 1394 – Sagres, 13 de Novembro de 1460). 

   
Desde o falecimento do Infante Dom Henrique, em 1460, as viagens dos Descobrimentos na costa ocidental de África tinham parado por alturas da Serra Leoa, descoberta em 1460 pelo Navegador Pêro de Sintra (Pedro de Sintra)  um Navegador ao serviço do Infante Dom Henrique, tendo, inclusive, baptizado a área descoberta com nome Serra Leoa. 
Dom Afonso V Rei de Portugal e dos Algarves, de 1438 a 1481, denominado "O Africano" por suas conquistas em África,  em Novembro do ano 1469 arrendou, por contrato, o negócio da Guiné a Fernão Gomes um rico comerciante e explorador, filho de Tristão Gomes de Brito, descendente dos antigos de Brito. Fernão Gomes ficou com os direitos do comércio no golfo da Guiné, durante cinco anos, com a condição de que no fim deles daria 100 léguas de terras descobertas, pagando uma renda anual de 200 mil reais, (mais tarde o acordo seria prolongado por mais um ano). Fernão Gomes encarregou-se de promover a exploração da costa atlântica de África, contou com a colaboração dos Navegadores: João de Santarém, Pêro de Escobar, Lopo Gonçalves, Fernão do Pó e Pêro de Sintra. Com o seu patrocínio chegaram ao cabo de Santa Catarina, já no Hemisfério Sul e descobriram também as ilhas do golfo da Guiné.
O que daria um total de 500 léguas descobertas, que o fez ele com a colaboração de dois Capitães, João de Santarém e Pêro Escobar, ambos Cavaleiros da Casa do Rei Dom Afonso V, e tinham por Pilotos Martim Fernandes, e Álvaro Esteves. Pelo exclusivo do comércio da malagueta (a pimenta-da-Guiné), um substituto da pimenta, foi-lhe também concedido por mais 100,000 reais anuais. No início de 1471, Fernão Gomes chegou à Mina, onde descobriu um florescente comércio de resgate do ouro de aluvião entre os locais, em especial do Rio Casamance, em que ganhou muita fazenda.
Com os lucros conseguidos no comércio da malagueta, goma, peles, e em redor da indústria de mineração de ouro extraído do rio, Fernão Gomes auxiliou e serviu o Rei Dom Afonso V na conquista de Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger. Nesta Praça marroquina, foi feito Cavaleiro, armado pelo mesmo Rei. Dados os proventos de vulto que arrecadou, designadamente com o comércio no seu entreposto na Mina, deu-lhe por Carta de 29 de Agosto de 1474 o apelido da Mina (Fernão Gomes da Mina), e Armas Novas, que são: "em campo de prata, com três cabeças de negros de sua cor, com colares e argolas de ouro nas orelhas e nas ventas; timbre: uma cabeça do escudo". Mais tarde, em 1478, cumulado de honras e com um papel de enorme influência na economia do Reino, foi nomeado para o Conselho Real.

A Coroa portuguesa e, sobre tudo, o Príncipe Dom João, de seguida à estipulação do Tratado de Alcáçovas, centra todos os seus esforços para eliminar qualquer tipo de presença concorrencial espanhola e a pirataria nos mares da Guiné.  A 6 de Abril de 1480, por alvará, Dom Afonso V concede ao Príncipe Dom João poderes especiais para defender os interesses portugueses na Guiné. A este fim os navios portugueses têm licença de combater e de prender qualquer navio que se encontre a navegar naquelas águas sem a autorização da Coroa Portuguesa. 
Depois que o príncipe Dom João sucedeu ao Trono português em 1477, como Rei Dom João II, responsável pelos assuntos da Guiné, ele programou uma exploração ao longo da costa oeste africana que era, então, conhecida até ao cabo Santa Catarina, em 1'53 'de latitude sul. 
A 12 de Dezembro de 1481, o Rei Dom João II designou o fidalgo Diogo de Azambuja como Capitão-Mor da armada encarregada da construção da Fortaleza de São Jorge da Mina. Esta era composta por nove caravelas e duas naus, transportando 600 soldados, 100 pedreiros e carpinteiros - material de construção como lastro nos navios - pedra lavrada e numerada, gesso e cal, necessário à construção daquela Fortaleza com funções de feitoria, no golfo da Guiné, em importância militar e económica à feitoria de Arguim, já a funcionar em 1461, quando a sua capitania-mor foi concedida. Se, a ilha de Arguim assinalava o limite da África islamizada, a Mina teve a função inicial de assegurar a soberania e o comércio de Portugal no Golfo da Guiné, constituindo-se no principal estabelecimento na costa africana. 
O Capitão Diogo de Azambuja e tripulação, após a chegada a Mina, desceram dos navios bem vestidos, foram recebidos pelo mansa muçulmano chefe de Casamance,  os portugueses denominam este chefe Casa-mansa, mandando em seguida celebrar uma missa realizada embaixo de uma árvore.  Foi a primeira missa realizada em África. E assistida pelo chefe de Casamance, que em retribuição pela missa celebrada, organizou uma apresentação solene dos indígenas e de soldados locais, para os portugueses.
O Capitão Diogo de Azambuja dirigindo-se ao chefe de Casamance informou que o Rei de Portugal era muito grato por os receberem e por ter permitido a construção da Fortaleza em suas terras.
Diogo de Azambuja honrando a devoção do Rei Dom João II pelo Santo São Jorge, baptizou a Fortaleza "Castelo de São Jorge da Mina". Diogo de Azambuja ficou na Mina como Governador e somente com sessenta homens da guarnição, mandando o resto da Esquadra para Portugal. Tendo regressado ao Reino de Portugal em 1484. A Fortaleza "Castelo de São Jorge da Mina" foi constituída depois Cidade por Carta de 15 de Março de 1486. 
O ouro desperta a cobiça em Castela, os piratas espanhóis assediam a costa da Guiné, atacando e saqueando as populações. No seu segundo Reinado de 1481 a 1495, o  Rei Dom João II encarrega o Navegador Diogo Cam, Escudeiro da Casa Real, como Capitão de uma frota de 4 navios, no controlo aos piratas espanhóis que assediavam a costa da Guiné, onde faziam razias. É aqui, que o nome de Diogo Cam aparece pela primeira vez.

Rei Dom João II de Portugal (1477-1481 a 1495),
"O lendário Príncipe Perfeito".
 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, da Navegação e do Comércio da Etiópia,  Arábia, Pérsia e Índia, (1485-1495).

                                           O Rei Dom João II examina o trabalho na construção das Naus.
                               
O Rei Dom João II foi mais longe que seu pai: político avisado e administrador hábil, concebeu a utilidade prática e a grandeza das ideias do Infante Dom Henrique, e não poupou diligências nem despesas para apressar a sua aplicação.
“Embora Dom João II tenha governado relativamente pouco tempo (de 1481 a 1495), ocupa um lugar fundamental na História de Portugal, da transição dos tempos medievais (segundo período da Idade Média), para os modernos”. 
Dom João II dedicou parte do seu reinado à revitalização da Escola Naval de Sagres – um dos maiores centros de excelência em Navegação da época, fundado por seu tio o Infante Dom Henrique, o Navegador.

Da acção directa da Coroa de Portugal resultou uma série de expedições, financiadas e equipadas pelo Erário Régio e Comandadas por Navegadores seleccionados entre os melhores do Reino. 
Em 1481, o Rei Dom João II no seu projecto da Descoberta para o Caminho Marítimo para as Índias, contou com os serviços de um dos maiores Navegadores portugueses "Diogo Cam [Caão]" entre 1482 e 1485-1486.
Diogo Cam, ao serviço da Coroa Portuguesa, participou em acções de corso contra as incursões das embarcações piratas castelhanas que se aventuravam na costa ocidental africana. É aqui, que o seu nome aparece pela primeira vez, exactamente neste momento, como Capitão de uma frota de 4 navios que controlavam os mares  da África ocidental e do Golfo da Guiné. 
A 6 de Janeiro de 1480, após combate de artilharia aprisionou a caravela "La Mondadina" com bandeira espanhola sob comando de Eustáquio Delafosse, viajante e mercante natural de Tournai,  Bélgica,  Região da Valônia, que se dirigia para a  Costa do Ouro no golfo da Guiné onde ficava o balcão Português de S. Jorge da Mina, para vender a mercadoria que transportava no barco em troca de outros bens.
(Texto mantido na biblioteca de Valenciennes, datado de 29 de Março de 1548).
Anterior confirmação da presença de Diogo Cam nas frotas empenhadas na guerra de corso entre Portugal e Castela, encontra-se no Alvará com que Dom João II acorda, no dia 8 de Abril de 1484, uma tença de dez mil reais brancos (prata).
Diogo Cam não só era um Navegador experiente, um homem de Fé, de carácter firme e nobre, era o Navegador preferido do Rei D. João II.
Em 1481 o Rei Dom João II incumbiu Diogo Cam de Comandar uma expedição, no prosseguir as suas missões na Descoberta a sul da linha do Equador, com o objectivo de navegar o mais possível pela costa africana, até atingir o cabo mais meridional e entrar no oceano Índico, a rota que conduziria ao caminho marítimo para a Índia, e contactar o Prestes João, um lendário soberano cristão do Oriente.
 
                                                                                    Diogo Cam 
Escudeiro e Cavaleiro da Casa do Infante Dom Henrique; Fidalgo da Casa do Rei Dom João ll de Portugal; e - Navegador Português -. Nascimento: 1450, Vila Real, Reino de Portugal.Filho de Álvaro Fernandes Cam, Fidalgo da Casa Real.  Neto de Gonçalo Cam, Escudeiro de el-Rei Dom João I, e foi um dos cavaleiros do Condestável Dom Nuno Álvares Pereira que participou na Batalha de Aljubarrota.
Casado, esposa (nome desconhecido). Pai de: Isabel Cam; André Afonso Cam-General de Galés de Entre Douro e Minho-;  Pedro Cam e Manuel Cam.
Morte: (ano desconhecido).


Diogo Cam não foi só foi um dos Navegadores Portugueses mais notáveis da época dos Descobrimentos, foi também  o precursor dos Padrões entre os séculos XV e XVII. Vários Navegadores dos Reinos anteriores à data de 1482, carregavam consigo, em suas embarcações, Cruzes de madeira que colocavam nas terras descobertas, mas estas com o tempo deterioravam-se rapidamente.
Nesta nova missão, Diogo Cam selecciona os melhores entre Marinheiros, Navegadores, Fidalgos e Escrivães: Pêro Anes, um dos povoadores das ilhas dos Açores; Pedro da Costa, Escudeiro da Casa Real; Álvaro Pues ou Álvaro Pires, Fidalgo e Escrivão da Casa Real; Pêro Escolar, Descobridor das ilhas de São Tome, Ano-Bom e Príncipe; Antão Gonçalves, Fidalgo e Navegador da Casa do Infante Dom Henrique; João de Santiago, Piloto de Navegação e Fidalgo da Casa do Infante Dom Henrique; João Afonso de Aveiro, Capitão e Piloto de Navegação; Diogo Álvares, Cavaleiro da Casa Real; Gonçalo Álvares, Navegador. Missionários: Padre Frei João da Costa, acompanhado por dois Irmãos do Convento dos Lóios, e outros missionários. 
E levou o Astrolábio, Quadrante, Ampulheta e cartas (mapas) recentes de Fra Mauro e Andrea Bianco, as ferramentas náuticas com que Diogo Cam iria trabalhar foram melhoradas. Martin Behaim tornou o Astrolábio adequado para uso no mar e o Quadrante também foi aprimorado, enquanto as Ampulhetas se tornaram mais precisas. Diogo Cam já tenha um báculo adiantado a bordo (instrumento complementar da Esfera Armilar, formado por "virote" e "soalha", utilizado para medir a altura em graus que une o horizonte ao astro e dessa forma determinar os azimutes, antes e depois de sua passagem meridiana). 
E levou Padrões totalmente diferentes aos dos Navegadores anteriores, levava "Padrões em pedra portuguesa" com inscrições, o Brasão de Armas do Rei Dom João II, com a Coroa, encimados por uma Cruz. 
                     

   OS 4 PADRÕES DE DIOGO CAM [CAÃO]: 

                                                                              1ª viagem ( 1482-1483);

O Padrão de São Jorge foi chantado junto à foz, na Mouta Seca (Soyo), na margem esquerda do Rio Poderoso (rio Zaire), latitude 6º 2' 60" Sul.

E, o Padrão de Stº Agostinho foi chantado no Cabo de Stº Agostinho, mais tarde denominado Cabo de Stª Maria, a sul de Benguela, à latitude: 13 °  25' sul.                                                  

                                                                               2ª viagem ( 1485-86);

O Padrão do Cabo Negro, foi chantado a norte da Baía de Porto Alexandre, à latitude de 15º 42' Sul.

E, por último o Padrão no Cabo da Cruz (Cape Cross) - Namíbia, à latitude de 21º 47' sul).


 EXPEDIÇÃO DE DESCOBRIMENTOS DE DIOGO CAM 
 1482-1483:

Aplicando o método hagiológico, que relaciona os topónimos de nomes de Santos com a data da festa respectiva no calendário, e o tempo de navegação (na época) pode-se rastrear o ritmo e tempo das viagens de Descobrimentos de Diogo Cam.



No  início de Janeiro de 1482, Diogo Cam, Fidalgo, Navegador, Cavaleiro da  Casa Real,  capitaneando duas caravelas, partiu do Reino de Portugal para a sua primeira expedição de exploração à costa sul de África. Levava, pela primeira vez, "Padrões em pedra portuguesa" com inscrições, para os colocar nos pontos de maior destaque, invocando a soberania portuguesa nas terras descobertas. O caminho marítimo foi traçado até S. Jorge da Mina, no golfo da Guiné (actual Gana), rota já conhecida. Diogo Cam fez uma paragem na Mina, onde estava a ser construída uma Fortaleza,  e deteve-se alguns dias para abastecimento da frota. 

                                                          Mapa Golfo da Guiné - São Jorge da Mina.

                                                                    Fortaleza (Castelo) de São Jorge da Mina.


S. Jorge da Mina era um porto de utilidade para assistência aos navios das Expedições  dos Descobrimentos, ali os navios podiam fazer aguada e abastecerem-se.  
Após a guarnição ter abastecido a frota do que era necessário, Diogo Cam retoma a viagem, passa o Cabo de Lopo Gonçalves (Cabo Lopez) descoberto em 1473 pelo Navegador português Lopo Gonçalves, o primeiro europeu a cruzar a linha do Equador).
Contorna o Cabo de Santa Catarina (actual Gabão), à latitude 1º 40'Sul (última terra até então descobertoem 1 de Janeiro de 1474, pelos Navegadores Rui de Sequeira e Lopo Gonçalves,  durante o reinado de D. Afonso V).
Diogo Cam prolongou o reconhecimento da costa, seguindo para Leste e para Sul, atravessou o Equador. Continuou a seguir a Costa desembarcando em alguns pontos, ao longo da viagem, aportou ao Cabo do Paul na ilha de Santo Antão, Cabo Verde, escalou a Ilha de S. Tomé, e a ilha Ano Bom (descoberta pelo Navegador português Fernão Pó, em 1 de Janeiro 1472, daí o nome "Ano Bom").
Além destes territórios já descobertos, Diogo Cam continuou viagem na descoberta de novos territórios, contornando a costa para Sul e Sudeste, numa extensão aproximada de 350 milhas náuticas. 
Navega ao longo da costa, e vai descobrindo e dando nomes as terras e rios que encontra: Duas Moutas, Mamas de Banda.
Na costa do Loango, Diogo Cam chega a uma bela Baía, que por isso chama de Praia Formosa. É a actual Loango Bay. A Serra desta Baía aparece sob a designação de "Serra da Praia Formosa de São Domingos" nos mapas da época. Assim baptizada por Diogo Cam no dia 24 de Março (1483), dia da festa de São Domingos. Mais a sul, Diogo Cam avista um pequeno cabo a que denomina Ponta Branca, no topo uma Serra avermelhada, que ele chama Ponta da Barreira Vermelha. Outra baía recebe o nome de Golfo das Almadias (Baía de Cabinda), porque negros em almadias (canoas feitas de um único tronco de árvore) se aproximam das Caravelas. Esta é a primeira vez que a expedição pode negociar com os indígenas. A Expedição continua a navegar ao Sul. A partir de Cabinda, Diogo Cam navega ao longo de uma bela costa verde. Tem que se projectar longe da costa, porque as águas costeiras são muito rasas ao fundo do mar.



No mês de  Abril de 1482, Diogo Cam chega ao rio Congo (Zaire), um dos maiores rios da África, cujo leito é o mais profundo do mundo, com 230 metros de profundidade no seu baixo curso, com área de embocadura de mais de três mil léguas, e com uma extensão total de 4.700km, onde depois das quedas das águas desaguava no oceano Atlântico, misturando as suas águas barrentas, castanhas, com as águas azuis do oceano até vinte milhas além da foz, ao lado de Sogno ou Sônho como, então, os portugueses chamaram.
 A crista avermelhada desce até ao largo estuário do Zaire. Como a serra é coberta de palmeiras, ele chama Cabo das Palmas. Mais tarde, os marinheiros usaram o nome mais pitoresco de Ponta do Diablo Vermelho.
A navegação à medida que avançava, se deparou com uma forte corrente que cortava o mar, numa extensão de 20km de largo, com violência de cataratas, trazendo consigo remoinhos, ilhas formadas de capim, troncos na sua margem e pedaços de ramos arrastados pelas grandes inundações (é justamente no mês de Abril que nesta terra ocorrem as chuvas mais fortesacompanhadas por violentas tempestades).  A isso, os portugueses se apresentavam com uma curiosidade própria de estarem navegando por mares desconhecidos, no orgulho de descobrirem novos territórios. As grandes massas de água do terceiro maior rio do mundo, marcam profundamente os portugueses. E Diogo Cam baptiza o rio "Rio Poderoso". As margens são cobertas por manguezais gigantes, alguns de até trinta metros de altura com raízes aéreas de até seis metros acima do solo.

                                                                                         Rio Zaire.


Torneando e atravessando a forte corrente da embocadura do rio, penetram num majestoso estuário de margens baixas, e foram dar à margem esquerda de Sogno ou Sônho (Soyo), junto à foz do rio Zaire
Entram em uma Baía, (Baía de Diogo Cam), ancoraram as Caravelas num ponto que permitia olhar para ambos os lados, um dos lados para o Oceano Atlântico e o outro lado para o famoso rio,  e desembarcaram. Diogo Cam baptiza o local de Mouta Seca, rebaptizada "Ponta do Padrão", e dava origem ao porto de Pinda (M'pinda)


  Carta, mapa,  do Kongo,  século XVI.


Os indígenas ao avistarem os navios, e não tendo o mínimo conhecimento e, muito menos uma noção de ideia que coisas eram aquelas sobre as águas do rio, com homens brancos dentro, correndo das suas palhotas cobertas com folhas de palmeira, juntaram-se na margem do rio com um ar tanto de admiração quanto de espanto, começando a exclamar em tom de euforia evocando espíritos e gritando palavras numa língua (dialecto) incompreensível a qualquer dos intérpretes que seguiam na expedição.

No dia 23 de Abril de 1482, precisamente, dia de São Jorge, na margem sul da foz do Rio Poderoso, quase ao nível do mar, no lugar a que deu nome de Mouta Seca, Diogo Cam chantou o seu 1º Padrão ao que deu nome "Padrão de São Jorge", um pilar de pedra calcária: composto por uma coluna circular, com mais de de dois metros de altura, sobreposto por um bloco rectangular, com Brasão de Armas do Rei D. João II, o nome do Navegador, Diogo Cam, e o ano da partida da expedição, encimado com uma Cruz de pedra calcária ou ferro, e uma inscrição que proclamavam a soberania portuguesa sobre aquelas terras, direito reconhecido pelo Papa, enquanto a Cruz anunciava a chegada da Fé Cristã.  Seguida por uma missa, foi a primeira missa realizada no Soyo.




No local do desembarque Diogo Cam entrou em contacto com o Soba Manisoyo, que vivia na praça de Pinda (M'pinda) a 10 km do local onde chantou o Padrão de São Jorge  (Ponta do Padrão). 
Na comunicação feita por meio de sinais de mímica, Diogo Cam compreendeu que Manisoyo falava de um chefe maior que vivia com sua tribo mais acima do Rio Poderoso (Zaire) e a sul do rio. Manisoyo falava do "Mwenikongo" como "seu sobrinho", não porque fosse seu "tio" mas por pertencerem à mesma tribo e o Manisoyo era o mais-velho dessa tribo, conhecido por "Nkunkulu", denominação para os mais velhos, que os Bakongos sempre preferiram e respeitavam. 
Diogo Cam a fim de entrar em contacto com o Soba Mwenikongo, Zinga Kuwu (Nzinga Nkuwu, em kikongo), enviou emissários católicos, acompanhados por um guia local, eram portadores  de um presente para o Soba, e dando-lhes um prazo de regresso à foz do rio.  Da foz do rio à banza Kongo (Mbanza Kongo, em Kikongo),  dista cerca de 280 km, por árduos atalhos meio a florestas e perigos.
(banza significa kimbo ou aldeia onde reside o soba). 
Enquanto aguardava os emissários, confraternizou com os nativos do sobado Bakongo oferecendo-lhes alguns produtos portugueses, que muito apreciaram. 
Após semanas de espera, Diogo Cam vendo que os emissários portugueses tardavam, e sem saber noticias deles, não se deteve no local, no cumprimento da sua missão, determinou seguir viagem para o sul. 
Partindo a 22 de Julho 1482, da Ponta do Padrão (rio Zaire), Diogo Cam navegou ao longo da costa e foi-se deparando com os estuários de diversos cursos fluviais e territórios costeiros, chegou à foz de um rio, explorou a barra e a lagoa próxima, e baptizou o rio "Rio da Madalena" (Loge). 
 

Diogo Cam prossegue viagem: a 8º 28' lat sul avista um rio e baptiza-o Rio Fernão Vaz (rio Dande), e prossegue viagem, a 8º 44´52’’ lat Sul depara-se com uma enseada e baptiza-a “Angra Grande,” deteve-se para  fazer aguada no rio (Bengo). Continuando a viagem, contorna a costa chega a uma baía e uma ilha que baptizou “Ilha das Cabras”, onde se deteve algum tempo na exploração desse território, exactamente, onde em 1560 habitavam os primeiros portugueses, e onde em 1575 Paulo Dias de Novais viria a desembarcar com o titulo de 1.º Governador e Capitão-Mor de Angola, e a 29 de Junho de 1576 fundou a povoação de São Paulo.


Diogo Cam retoma a viagem a sul:  aproximadamente a Belas, a 32 milhas, avista a ilha do Mussulo, e a 12 milhas náuticas da foz do rio Cuanza, entrou em Sangano (Cabo Ledo) 9º 33’ lat Sul, 66 milhas de Luanda (107 Km).



                                             A 10 de Agosto de 1482 chega a Benguela,  onde se deteve,  
                              e faz a exploração da costa que se tornou inóspita com areias falsas e rochosa:


A 28 de Agosto de 1482, a 150 km sudoeste de Benguela, prolongou o reconhecimento da costa até um pouco a sul do cabo, primeiro baptizado Cabo de Santo Agostinho, e logo rebaptizado "Cabo de Stª Maria"-a 13º 26' lat. S - elev 218m -. 
Precisamente, no dia de Santo Agostinho, assinalado de igual forma no calendário, 28 de Agosto daquele ano,  Diogo Cam chantou o seu 2º Padrão, o "Padrão de Santo  Agostinho", seguido de celebração de uma missa, foi a primeira missa a sul do território que os portugueses denominaram Angola.

                                    Padrão de Santo  Agostinho, no Cabo de Santo Agostinho (Cabo de Stª Maria).
 

                                                      Baía e Cabo de Santo Agostinho (Cabo de Stª Maria).


A expedição continuou 100 Km para Sul, devido ao espesso nevoeiro que não permitia a navegação de reconhecimento, Diogo Cam deu por terminado o trajecto. 
De volta a casa, regressa ao estuário do Rio Poderoso (rio Zaire) para recuperar os emissários portugueses, como indicado deveriam de estar no local do "Padrão de São Jorge" junto à foz do rio,  não tendo encontrando os emissários, Diogo Cão determinou de acolher alguns daqueles indígenas que entravam e saíam de um dos navios e levar quatro (4) desses kongoleses  para o Reino de Portugal. 
Dirigindo-se ao  Manisoyo chefe tribal da localidade, e, tentando fazer-se compreender deixa mensagem para ser entregue ao Soba  Mwenekongo "no prazo de 15 luas (15 meses) regressava para recuperar os emissários portugueses e entregar os 4 congoleses com bens e riquezas". Iniciava-se assim as relações diplomáticas e comerciais entre portugueses e os indígenas no Kongo, sobre as quais iam assentar os fundamentos da nossa Província Portuguesa de Angola.
No início de Janeiro de 1483, Diogo Cam iniciou a viagem de regresso ao Reino. Aporta à ilha de Ano Bom. Chega a Lisboa em inícios de Abril de 1483. Foi recebido pelo Rei D. João II e teve mercê, privilégios e honras. O Rei D. João II, agracia Diogo Cam pelos serviços prestados, e o elevou à nobreza. Teve mercê de Armas Novas por Carta de 14 de Abril de 1484.

 Armas de Diogo Cam,
são de verde, com duas colunas de prata, rematadas cada uma por uma cruz ,
de azul e firmadas sobre dois montes, moventes de um terreiro, tudo de sua cor; 
timbre: as duas colunas do escudo passadas em aspa e atadas de verde.
          

                                                                                Brasão de Armas de Diogo Cam.



  2ª EXPEDIÇÃO DE DESCOBRIMENTOS DE DIOGO CAM (CAÃO),
1485-1486:


A 6 de Agosto de 1485, Diogo Cam obedecendo a novo mandado do Rei D. João II, parte com três Caravelas para outra viagem de Descobrimentos, levando de retorno os quatro congoleses, cumprindo a sua palavra. Nesta expedição integravam Navegadores, todos nobres: Pêro Anes foi um dos primeiros povoadores da Ilha de Santa Maria, Açores, onde constituiu família. Pêro Escobar que juntamente com Fernão do Pó e João de Santarém, viria a descobrir as ilhas de São Tomé (21 de Dezembro de 1471), Annobón (1 de Janeiro de 1472), Príncipe (17 de Janeiro de 1472).   Pêro Escobar foi o Piloto da famosa Caravela Bérrio na épica viagem de Vasco da Gama à Índia; Diogo Ribeiro cosmógrafo, cartógrafo e fabricante de engenhos náuticos, além de profundo conhecedor da construção naval, ao serviço do Rei.
Antão Gonçalves Explorador, Navegador e nobre da Casa do Infante Dom Henrique, militar Cavaleiro, e Comendador da Ordem de Cristo;
Gonçalo Álvares Explorador português que participou activamente na Era dos Descobrimentos, a partir da segunda viagem de Diogo Cam, em 1497 comandou a nau São Gabriel na épica viagem de Vasco da Gama à Índia, e em 1505, a bordo da frota de Francisco de Almeida – primeiro vice-Rei da Índia portuguesa – navegou para sul no Atlântico até onde "a água e até vinho congelou", e descobriu uma ilha que recebeu o nome dele, Ilha Gonçalo Álvares.  Posteriormente, foi rebaptizada pelos britânicos, Gough Island, que se apoderam dela no século XIX. Gonçalo Álvares ocupou o cargo de piloto-chefe da navegação para a Índia e o Mar Oceano até à sua morte em 1524. 
Pêro da Costa, Álvaro Pires, João Alves, Diogo Pinheiro, Gonçalo Alves, e João de Santiago um dos melhores Pilotos de Navegação há época, viria a integrar a expedição de Bartolomeu Dias.
Na expedição integravam ainda soldados católicos, e missionários: Padre Frei João Vicente  dos Anjos, Capelão da Congregação de São João Evangelista do Convento de Santo Eloy em Lisboa -, e Missionários do  Convento de Catarina de Santarém: o Padre Frei Francisco da Cruz, e dois irmãos Sebastião dos Anjos, diácono, e Frei Diogo.
A Expedição chegou ao Congo em Novembro do mesmo ano 1485. Desembarcam na Ponta do Padrão. O Manisoyo com o seu kilombo foi saudar os portugueses.

                                 O Manisoyo soba de Pinda (Soyo), o mais velho, sentado, e seus vassalos,
                               ouvindo o Navegador Diogo Cam.

Diogo Cam na intenção de contactar o Soba Mwenekongo, a frota subiu o curso do Rio Poderoso, que pensava levar à banza do Soba Mwenekongo, atingindo o extremo navegável do Rio até às cataratas de Yellala, que ficam a cerca de 150 quilómetros da foz, perto de Matadi
Ali, encontrava-se uma comitiva enviada pelo Soba Mwenekongo, trocaram os quatro congoleses pelos emissários portugueses que tinham ficado na sua primeira viagem. Ofereceu aos indígenas alguns produtos portugueses, que muito apreciaram. 
Ali descobriu que existiam dois grandes sobados um chamava-se Loango e estendia-se a norte e leste do estuário do Rio, e o outro Bakongo que detinha as terras à volta da foz do Rio e mais a sul.
Os quatro congoleses vinham satisfeitos com o trato que haviam recebido em Portugal. Vestidos como os portugueses, calçados, bem alimentados, falando a língua portuguesa e sabendo ler e escrever. Nenhum elemento dessas tribos: nem Soba maior, nem Soba menor, não tinham o mínimo conhecimento e, muito menos uma noção de ideia sobre  a escolarização. Estes quatro congoleses viriam a ser os primeiros embaixadores e intérpretes entre a civilização Lusitana e o Congo.
Por sua vez, os emissários portugueses também tinham adquirido, por si próprios, o conhecimento do dialecto local. Durante dois anos de paragem na região, Diogo Cam conseguiu um bom entendimento com os indígenas, e houve ensejo para o Capelão da Congregação de S. João Evangelista do Convento Lisbonense de Santo Eloy -, o Padre Frei João Vicente  dos Anjos, de aprender o dialecto kikongo. Continuava-se a prática, iniciada no tempo do Infante D. Henrique, da formação dos intérpretes, que permitiam um contacto mais íntimo entre Descobridores e os gentios.

Em fins de Novembro de 1485, junto às cataratas de Yellala, deixou  inscrições gravada na pedra que testemunha a sua passagem e a dos seus homens: as gravuras são compostas por o Escudo de Portugal, constituído pelas cinco quinas, uma Cruz da Ordem de Cristo e seguinte escrita em Gótico:
"Aqy chegaram os navios do esclaricydo Rey dom Joan ho segº de Portugall:  Dº Caão Pº Ãns Pº da Costa". 
(“Aqui chegaram os navios do esclarecido Rei D. João ll de Portugal: Diogo Caão, Pero Anes, Pero da Costa”).
Numa outra rocha assinam: Álvaro Peres, Pêro Escobar, João de Santiago, Gonçalo Álvares, Diogo Pinheiro, João Alves, Antão. 
Mais abaixo na pedra lateral gravaram uma cruz reduzida por cima de Dº Pinheiro (Diogo Pinheiro) quer dizer que o navegador se encontrava afectado por doença, morreu durante a viagem!
E ainda noutra rocha o nome Gonçalo Álvares aparece a seguir a uma cruz e à expressão da doença, para assinalar a sua morte, esta inscrição foi feita posterior às outras inscrições depois da morte do Navegador Gonçalo Álvares em 1524.



                                                                   Pedras de Yellala - Rio Congo ( Zaire).

                          
                                 Ilhota na confluência do rio M'Pozo com o rio Congo, em Matádi.   


Diogo Cam continuou viagem ao sul, ao longo da costa, dominada por montanhas rochosas e deserto, e foi dado nomes aos locais: explorou a Angra de João de Lisboa (Lucira Grande), situada abaixo do Cabo de Stª Maria. Contornou o Cabo do Giraúl,  Ponta Redonda, na baía de Moçâmedes a 106 e 77 milhas náuticas,  e 195 e 142 Km do Cabo de Santo Agostinho  (Cabo de Stª Maria) e do Cabo Stª Marta. 

                                                                     Costa do Namibe-Angola. 
Cabo do Giraúl, na baía de Moçâmedes.
                                                                                 

A 18 de Janeiro de 1486 chegou ao Monte do Cabo Negro em Moçâmedes, norte da Baía de Porto Alexandre (Tombua)  à latitude de 15º 42' S, chantou o seu 3º Padrão no Cabo Negro, assim baptizado por Diogo Cam devido à cor negra das rochas e das areias do Cabo.
                                                
                          
                                                                                  
Cabo Negro.  
                                           

                               Padrão original colocado por Diogo Cam no Cabo Negro, em 18 de Janeiro de 1486.                                                   

                             
                                                                   Padrão no Cabo Negro.                                               

Baía dos Tigres,
 assim chamada pelo forte silvar dos ventos semelhante ao uivo dos tigres. 

                                                                      Costa Iona-Namibe-Angola.

                                                                    Costa Iona-Namibe-Angola.


Continuando a viagem, por mais 1.400 quilómetros, Diogo Cam percorreu os litorais ao longo da costa do Namibe-Angola, já em parte explorada durante a viagem anterior, e chegou tão ao sul quanto possível.
Em fins de Janeiro de 1486, a 200 km do sul de Angola contorna um promontório que denomina Capa Fria (Cabo Frio) situado  na costa norte da Costa dos Esqueletos em Damaralândia, (actual Namíbia), a paisagem deu lugar a um litoral árido, inóspito, sem rios para abastecimento de água, nem alimentos, onde espessos nevoeiros cobriam recifes traiçoeiros e bancos de areia escondidos, criando uma armadilha mortal para qualquer navio  encalhado - eles haviam chegado à famosa Costa dos Esqueletos.
É uma zona extremamente árida – não há uma única árvore ao longo dos mil quilómetros de costa!  Ao sul da Costa dos Esqueletos, Diogo Cam avista  uma série de colinas a que os seus marinheiros chamaram "Serra Parda", cerca de 22º de lat., austral. Continua viagem até ao cabo que baptiza Cabo da Cruz. Diogo Cam foi o primeiro europeu a descobrir e visitar esta vasta área.



                                                                           Costa dos Esqueletos.


Serra Parda na  região de Spitzkuppe - Erongo, 
  a cerca de 60 km a norte de Hentiesbaai e 120 km a norte de Swakopmund.

 
Em Fevereiro de 1486, à latitude de 22º austral Sul, Namíbia, e longitude 13º 57' Este, no promontório rochoso e gelado, que Diogo Cam baptizou "Cabo da Cruz", chantou o seu  4º e último dos seus padrões, com a seguinte transcrição em Latim: 
«A mundi creatione fluxerunt ani 6684 et a Christi nativitate 1485 quum excelentissimus serenissimusque Rex d. Johanes secundus portugaliae per iacobum canum ejes militem colunam hic situari jussit».
Em português; «Era da criação do mundo de 6685 e de Cristo de 1485 o excelente e esclarecido Rei Dom João II de Portugal mandou descobrir esta terra e colocar este padrão por  Jacobum Canum (Diogo Cam), cavaleiro de sua casa».
«Era da criação do mundo de bjm bjc lxxxb e de xpto de IIIclxxxb o eycelente esclarecido Rei dom Jº s.º de Portugal mandou descobrir esta terra e poer este padram por dº cam cavº de sua casa».

Padrão original do Cabo da Cruz (Cape Cross) chantado por Diogo Cam em Fevereiro de 1486. 
Foi "levado" pelos alemães em 1893, e exposto no Museu de História de Berlim.

Réplica do Padrão do Cabo da Cruz.



Estas terras não tinham bons lugares para aportar e conseguir alimento e água. A situação era desesperadora, alguns dos seus marinheiros morreram por doença, outros estavam fragilizados por falta de alimentos. 
Diogo Cam  após ter chantado o seu último Padrão no Cabo da Cruz, em Fevereiro de 1486, a falta de alimentos faz Diogo Cam regressar a casa, desapontado por não ter alcançado o Oceano Índico. No entanto o conhecimento obtido durante estas Viagens de Expedição, sobre as linhas de longitude, a navegação e tempos, o clima, a geografia dos territórios encontrados rochosos, áridos, sem rios para abastecimento de água, nem alimentos, e os obstáculos encontrados, foram de grande utilidade para a Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia. Com esta informação são feitas novas cartas de navegação a partir do Cabo Bojador delineando a costa ocidental africana, com um cálculo ao extremo sul de África.
No regresso ao Reino, Diogo Cam  passa por M’Pinda (Sogno), dispôs uma comitiva da sua guarnição que se dirigiu à banza do  Kongo, distante cerca de 200 km. Tiveram uma óptima recepção.
O soba Mwenikongo Nzinga Nkuwu recebeu com o maior alvoroço a embaixada portuguesa e os quatro kongoleses que regressavam de Portugal. Apresentou-se com um toucado tecido de fibras de palmeiras de onde pendia uma espécie de crina, descalço, com uma tanga igualmente tecida de fibras de palmeiras (palha) presa na cintura.                             
                            
                             
                            O soba MweniKongo, Nzinga Nkuwu. 

A banza do soba Mwenikongo, Nzinga a Nkuwu, ao centro a palhota do soba. 
(banza, significa kimbo ou aldeia onde habita o soba). 

Os kongoleses que tinham regressado do Reino de Portugal serviram de intérpretes entre os portugueses o soba manikongo Nzinga Nkuwu e outros indígenas. O Rei D. João II integrou esses kongoleses numa embaixada ao soba manikongo, ofertando-lhe a sua amizade e convidava-o à fé cristã, recomendando-lhe que deixasse os "ídolos e feitiçarias" que adoravam. O Navegador e Capitão Diogo Cam cumpriu a sua palavra de devolver à terra natal os quatro kongoleses com riquezas como havia dito; bem tratados, bem alimentados, vestidos, calçados, sabendo ler, escrever e falar português. O manikongo estava encantado ao ouvir os quatro kongoleses contarem maravilhas do tratamento que haviam recebido e do novo mundo de civilização e cultura entrevisto no Reino de Portugal. Destacou um grupo dos seus vassalos para acompanharem os portugueses a fim de serem educados em Portugal, instruídos e baptizados na fé cristã. E manifesta também o desejo de ser instruído na fé cristã e receber o baptismo, como o seu filho Nzinga-a- Mbemba e seus principais vassalos. Ao mesmo tempo que um dos quatro kongoleses que regressavam de Portugal, abriu a primeira escola no Kongo.

"Disposto a abraçar a fé de Cristo, foi a sua vez de mandar sua embaixada ao Rei D. João II, representada pelo congolês "Nsaku" em português (Caçuta), [...], homem muito principal e a ele mui aceite, que depois de ser cristão, houve nome D. João da Silva [...], o qual trouxe a el-rei [D. João II] um presente de muitos dentes de elefantes e coisas de marfim lavradas, muitos panos de palma bem tecidos e com finas cores. O soba do Congo, mandou pedir a D. João II que lhe mandasse logo frades e clérigos e todas as coisas necessárias para ele e os de seus reinos receberem a água do baptismo; [...] pedreiros e carpinteiros [...] e também lavradores para lhe amansarem bois e lhe ensinarem a aproveitar a terra e assim algumas mulheres para ensinarem as de seu reino a amassar o pão, porque levaria muito contentamento por amor dele que as coisas de seu reino se parecessem com as de Portugal . O soba enviou também alguns moços do seu sobado para que em Portugal aprendessem a língua, os costumes e a religião dos portugueses." (ibidem: 643) Garcia de Resende (1470-1536). 

 "O grupo de kongoleses escolhidos pelo soba Nzinga Nkuwu, levados por Diogo Cam para o Reino de Portugal, foram apresentados ao Rei de Portugal D. João II que, ordenou o seu envio para a missão em Beja (Convento de São Francisco), onde seriam instruídos no ensino escolar, na língua portuguesa, na fé Cristã e baptizados. E, com efeito, durante todo ano de 1490, seguiram-se outros enviados do soba Nzinga Nkuwu para Portugal, aprendendo o português, os mandamentos da fé Católica, os costumes da sociedade portuguesa, e baptizados."
(Eventos registados por Rui de Pina (1440-1523) cronista e diplomata português ao serviço do Rei D. João II, foi incumbido de várias missões diplomáticas).                                  
                                                                                  Lisboa.

                                                                                   

Nos fins de 1486 ou início de 1487, Diogo Cam regressa a casa, e terá igualmente participado em missões de patrulhamento de forma a assegurar o cumprimento das suas cláusulas, após a assinatura do Tratado de Alcáçovas-Toledo, em 1479. De facto, mesmo após a assinatura deste Tratado, a exclusividade portuguesa no comércio e navegação da Costa Africana não estava totalmente salvaguardada, os piratas espanhóis continuavam a invadir as zonas da exclusividade do Reino de Portugal e as terras descobertas pelos portugueses.

Diogo Cam cumprira a missão dos Descobrimentos e a missão de dilatar o Cristianismo, tal como fora determinado por sua Majestade o Rei de Portugal, pelas bulas do Papa enviadas a Portugal. 
O Grande Navegador Português explorou mais de 1400 milhas de litoral desconhecidoEm boa parte dele navegando contra a corrente de Benguela e os ventos alísios de Sudeste. Principalmente ao longo das costas de Angola e Namíbia.  Foi o primeiro europeu a descobrir e a explorar a costa da África entre o Cabo de Santa Catarina a 1º 40' lat. S ( Gabão), e o Cabo da Cruz (Cape Cross) na Namíbia. 
Descobriu o Rio Poderoso (rio Zaire), o Kongo, explorou a zona baixa do rio Poderoso (rio Zaire) e descobriu todo o litoral da costa de Angola, onde chantou três Padrões. Descobriu a Namíbia, navegou ao longo da Costa dos Esqueletos, e continuou, até, onde o tempo permitiu ao "Cabo da Cruz" (Cape Cross) onde chantou o seu  4º e último Padrão. E baptizou os lugares que descobriu e por onde passou. Nas duas expedições de Descobrimentos, Diogo Cam navegou cerca de 2 253, 0816 km.


                                       OS LUGARES DESCOBERTOS E BAPTIZADOS POR DIOGO CAM 
                                                                    AO LONGO  DA COSTA:

 

                 Ao longo da costa sul de Africa visitou, explorou e baptizou, entre outros:       

- "Ponto Negro" (Loango).

– "As Duas Moutas"

– "Serra da Praia Formosa de São Domingos" –  (Loango);

  " Rio das Moutas – (Cabinda);

– " – (Molembo/Cabinda);

– "A Ponta Branca" –  (Lândana/Cabinda)  5º 13’ lat. S.

– "A Ponta da Barreira Vermelha" – (Cabinda) 5º 14’ lat. S.

– "Capo do Paul" – (praia da Moanda/Cabinda, junto a foz do Zaire) 5º 56’ lat. S.

– "Rio Poderoso" –  (rio Zaire)  06º 02' lat. S.

– "Mouta Seca" –  (foz do rio Zaire, em Sogno /Soyo);

– "Cabo do Padrom" – (Ponta do Padrão) 6º 4’ lat. S. ( Na Mouta Seca, Soyo).

– "Capo Redondo" –  (Ambrizete) 7º 14’ latitude S.

– "Rio da Madalena" – (rio Loge e baía adjacente a Ambriz), lat. 7º 48’ 40’’ S.

– "Rio de Fernam Vaz"–  (rio Dande), 8º 28’ lat. S.

– "Angra Grandim" – (baía da foz rio Bengo), 8º 44´52’’ lat. S.

    ilha das Cabras” – (ilha de Luanda)

– "Morro Alto" – (Morro da lua, na margem do rio Quanza), lat. 9º 19’ S.

– "Terra de Duas Pontas" – (Sangano), 9º 33’ lat. S.

– "Rio do Paúl" – (rio Catumbela), 12º 26’ 42” lat. S.

– "Angra de Stª Maria" – (baía de Benguela), 12º 35’ 24” lat. S.

– "Canel Dalter Poderoso" – (rio Caporolo), lat. 12º 53’ S.

– "Capo do Lobo" – (cabo de Stª Maria), latitude 13º 25’ S.

–  "Angra de João de Lisboa" – (baía de Lucira Grande) latitude  14º  52 ' S.

– "Pontalvo" - (ponta da baía das Salinas em Porto Alexandre/Namibe), 14º 11’ lat. Sul.

 As terras descobertas por Diogo Cam  até ao Cabo da Cruz, e as terras descobertas por Bartolomeu Dias estas abaixo do Cabo da Cruz até ao Cabo da Boa Esperança e seguintes, foram assinaladas pelo cartógrafo alemão, Henricus Martellus Germanus, em 1489, na carta/mapa mundi "Illustratum Insularium".

 

–"Rio Poderoso" – (Rio Zaire).

–"Pota de Padron" – (Ponta do Padrão).

–"Capo Retundo" – (Cabo Redondo, em Ambrizete).

–"Rio de fernam Vaz" – (rio Dande).

–"Ponta Alta" – (morro da Lua/ margem do rio Quanza).

–"Cabo S. Laureci"–(Cabo S. Lourenço / Benguella à Velha,

 Porto Amboim), 10º –45’ lat. S.

–"Golfo de Stª Maria" (Angra de Stª Maria /Praia morena de Benguela).

–"Cabo de S. Augustini" – (Cabo Stª Maria).

–"Cabo Zorto" – (pontal do Saco Giraúl na baía de Moçâmedes /Namibe)

–"Terra Fragosa" - (costa marítima de Moçâmedes a Porto Alexandre).

–"Monte  Negro" – (cabo Negro).

–"Terra Alta" – (Porto Alexandre/Namibe).

–"Enseada" – (baía dos Tigres/Namibe).

–"Arena Braca" – (dunas da baía dos Tigres/Namibe).     

O célebre Duarte Pacheco Pereira, Cavaleiro da Casa do Rei  D. João II, navegador e cosmógrafo português, em "Esmeraldo de situ orbis" ano 1505, assinala os lugares descobertos e baptizados por Diogo Cam:


–"Rio do padrão" - (rio Zaire).

–"Rio de Mondego" - (rio Bengo).

–"Ilha das Cabras" - (ilha de Luanda).

– "Ponta das Camboas"- ( cabo de S. Brás, lat. 9º 58’ 30” S.)

–"Ponta de São Lourenço" - (Benguela à Velha, Porto Amboim).

–"Angra de Santa Maria" - (baía da praia morena de Benguela).

–"Ponta Preta" - (cabo de StªMaria).

–"Monte Negro" - (cabo Negro).

–"Angra das Aldeias" - ( Porto Alexandre (Tombua).

–"Manga das Areias" - (enseada baía dos Tigres).

–"Ponta das Pedras" - (baía de Porto Alexandre(Tombua).

–"Mendoos" - (dunas do Namibe). 


"O esforço é grande e o homem é pequeno
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
                               E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
                               E faz a febre em mim de navegar
                                   Só encontrará de Deus na eterna calma
                              O porto sempre por achar. "

III. Padrão - Fernando Pessoa.


                                             A casa onde nasceu Diogo Cam, chamada Cása-do-Arco. 
                                            Onde nasceu, viveu e morreu o Grande Navegador Diogo Cam.
          
                         
                          
     
                                         Túmulo de  Diogo Cam na igreja de São Domingos, em Vila Real, 
                              onde o seu sarcófago simples está exposto na arcadura da nave do lado do Evangelho. 

Catedral de São Domingos em Vila Real. A Igreja de São Domingos, actual Sé, foi mandada construir, juntamente com o convento com o mesmo nome, no séc. XV, a mando dos religiosos de São Domingos, de Guimarães. A nível arquitectónico recebe influências de dois estilos: o Românico, que é o mais visível, bem patente na robustez e austeridade das suas linhas, e o Gótico. Na sua fachada podem ver-se imagens de S. Domingos, e S. Francisco de Assis. Em 1837 sofreu um grande incêndio que dizimou a maior parte do património que detinha no seu interior. A torre foi acrescentada no séc. XVIII, e os vitrais foram colocados durante as últimas obras de intervenção (2001-2005). Está aberta diariamente ao culto.

Catedral de São Domingos em Vila Real. 


OS PADRÕES DE DIOGO CAM
                              
O Padrão de São Jorge erguido por Diogo Cam na Mouta Seca (Soyo) Ponta do Padrão, na Baía de Diogo Cam, ao tempo da descoberta do Congo em 1482, foi destruído pelos calvinistas, quando estes ocuparam o estuário do rio Zaire e região do Sogno (Soyo), Santo António do Zaire. Em Maio de 1645 é descoberta a proeza praticada pelos calvinistas chegados ao Zaire, quando a primeira missão dos Padres Capuchinhos chegou ao rio Zaire, com bulas do Papa Urbano VIII, para coadjuvar a evangelização do Congo e Angola, os missionários visitaram o local do Padrão e ali só encontraram os destroços, nos quais se liam ainda algumas palavras das inscrições e legendas de Diogo Cam. São desses primitivos e veneráveis destroços os restos do Padrão de Diogo Cam que actualmente se conservam na Sociedade de Geografia de Lisboa. 
Esta lamentável proeza ocorreu depois de 1641. (Assim o contam nos interessantes livros, publicados mais tarde, especialmente Cavazzi (Istorica Descrittione, 1. III, § 20, da edição de Bolonha, 1687) e Merolla (Relazione del viaggio, Nápoles, ed. de 1726, pág. 48).


Fragmento da base do Padrão original de São Jorge, chantado por Diogo Cam em Abril do ano 1482. Sociedade de Geografia de Lisboa. 

Depois da Restauração de Angola, os portugueses puseram no seu lugar uma Cruz muito alta de madeira, segundo a afirmação de Cavazzi, no lugar citado. 
O Padrão viria a ser reconstruído durante o Governo de Salvador Correia de Sá,  permaneceu até 1852 altura que foi destruído pelos ingleses. Em 1892, o Governador  de Angola Jaime Lobo de Brito Godins mandou erigir nova réplica do Padrão, que permaneceu até 1932, na Ponta do Padrão, destruído pelas águas do rio. Os Portugueses iniciam a reconstrução da  3ª réplica do Padrão, mais afastado do rio, inaugurado em 30 de Junho de 1938  pelo então Presidente da República, General António Óscar de Fragoso Carmona.
 3ª réplica do Padrão de São Jorge inaugurado em 30 de Junho de 1938,
 pelo Presidente da República, General António Óscar de Fragoso Carmona.

                                    Padrão de São Jorge, chantado na Ponta do Padrão, Soyo, estuário do rio Zaire
.
                        

                                                                   Padrão de Santo Agostinho, 1484.

              «de prata, com cinco escudetes de azul, postos em Cruz de Cristo,
cada um carregado por cinco besantes de prata, postos em cruz  de Sto. André
(ou quincunce); bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro» 
 

                    1481 - Brasão de Armas do Rei D. João II.
 Sete Castelos: Representa as sete cidades que Dom Afonso Henriques conquistou aos mouros: – Coimbra, Óbidos, Santarém, Lisboa, Palmela, Ourique e Évora. Branco: Representa o escudo – arma de defesa com que Dom Afonso Henriques  e as cruzadas usaram contra os Mouros. Os Cinco Escudos Azuis: Representam os cinco reis mouros que Dom Afonso Henriques derrotou.
Os Cinco Pontos Brancos nos escudos azuis: Representam as cinco chagas de Cristo.  Encimado pela Coroa Real.                              
 

Padrão do Cabo Negro, 
foi retirado para ser protegido da erosão dos ventos da costa, e substituído por uma  réplica em 1892.

                                                                    Réplica do Padrão do Cabo Negro, 
                                                 colocada em 1892, em substituição do Padrão original.
                                         
Padrão original do Cabo da Cruz (Cape Cross) chantado por Diogo Cam em 1486. 
Foi "levado" pelos alemães em 1893, e exposto no Museu de História de Berlim, 
(encontra-se ainda bem preservado).
                          

Descobrimento do Congo  impresso nas notas angolanas: 
                                
                                
                              

                                   
                       Descobrimento e chegada de Diogo Cam ao Congo,  
                      representados em azulejos que decoravam o interior da Fortaleza 
                     de S. Miguel em Luanda.
                                    
                     Colocação do Padrão de S. Jorge na "Mouta Seca" Sogno, Soyo,
                     Ponta do Padrão, no estuário do rio Zaire.

                               
                   A 15 de Agosto 1952, foi inaugurado o  Monumento a Diogo Cam, 
                        por iniciativa do Clube Transmontano de Luanda, em Memória ao Descobridor de Angola.
                   
                                 
                              Estátua de Diogo Cam, no Largo de Diogo Cam,
                        junto ao edifício da Alfândega do porto de Luanda.

                               
 Estátua Diogo Cam, por detrás o Palácio de Cristal.

Monumento aos Descobrimentos, Esfera Armilar, Torre de Belém: 
Símbolos da Portugalidade, da Civilização e do Progresso  da Humanidade.

                            Monumento aos Descobrimentos,  Diogo Cam erguendo um Padrão 
                                                              da descoberta do Congo (Angola).                                            
                         

                

                                  "As armas e os barões assinalados

                                 Que, da ocidental praia lusitana,
  Por mares nunca de antes navegados
                                  Passaram ainda além da Taprobana,
                                  Em perigos e guerras esforçados,
                                    Mais do que prometia a força humana,
                                  E entre gente remota edificaram
                                   Novo reino, que tanto sublimaram"

                                — Os Lusíadas, Canto I.